domingo, 10 de outubro de 2010

Mate-me por favor

Mate-me por favor
De forma rápida e indolor
para que o fim da vida
Seja curto que nem ela

Todas as tristezas de uma existência
Sumindo rápido que nem vapor
E como se nada tivesse acontecido
O Sol siga brilhando

Nesse segundo de agonia
que meus amigos estejam ocupados
Para que nem se incomodem
com minha partida

A minha ausência
Não será sentida
Porque minha simplória presença
Nunca foi notada

Sinto que já vou tarde
Faço hora extra na vida
Mate-me por favor
De forma rápida e indolor


Por: Icaro Simões

Aqui

Quero ir embora daqui
Muito rápido
pra ontem
Cortar as amarras da vida

mas não o aqui físico
que se estuda em geografia
Cuzco ou Buenos Aires
não quero nenhum aqui

Quero sim um não-lugar
Livre de todos os aquis
Onde eu possa ficar em paz
E simplesmente não existir

Especial diz o ônibus
apagado, solitário
Será por essa razão
Que dizem que sou especial

É Sexta-Feira
O bar está cheio
e a igreja vazia
Sinal das escolhas dos filhos de Deus

Vale mais a pena
pagar a cerveja
do que o dízimo
que o pastor cobra


Por: Icaro Simões